O calendário que
normalmente utilizamos, com 365 dias de 24 horas, tem uma pequena
diferença em relação ao ciclo solar, tempo que a Terra leva para
contornar o sol. Esse período é de 365 dias e aproximadamente 6 horas (5
horas, 48 minutos, 45 segundos e 216 milésimos de segundo).
No intervalo de 4 anos, essa
diferença de horas entre o ano solar e o do calendário convencional
completa cerca de 24 horas (mais exatamente: 23 horas, 15 minutos e 864
milésimos de segundo). Para compensar essa diferença e evitar um
descompasso em relação às estações do ano, é inserido um dia extra
e fevereiro fica com 29 dias. A correção se torna importante para
atividades relacionadas às estações, como agricultura e as festas
religiosas.
Porque o dia a mais é em fevereiro?
O primeiro calendário romano foi supostamente bolado por Rômulo
(mitologicamente, um dos fundadores de Roma), por volta de 753 a.C. Ele
só tinha 10 meses, de 30 ou 31 dias, e o ano durava 304 dias ao todo.
Essa folhinha não estava em sincronia com
as estações, quando o sucessor Numa tomou o poder, instituiu um novo
calendário, baseado nas fases da lua com 12 meses de 29 ou 31 dias.
Nenhum deles tinha 30 dias porque, nessa época, acreditava-se que os números pares eram
sinal de azar. A soma dos dias do ano, porém, era par (356 dias). Para
que o ano inteiro não fosse considerado azarado por ser par, decidiu-se
que um mês teria de ser “sacrificado” e ter um número par de dias para
que o ano somasse 355 dias.
O escolhido foi fevereiro, considerado na época um mês ruim (“o
nome ‘fevereiro’ foi dado justamente por aquele ser o mês das febres,
das cobranças e das execuções judiciárias”, conta Boczko). Arredondar
para 28 dias, em vez de 30, foi uma escolha estratégica: o mês azarado
deveria acabar o mais rápido possível. Quando surgiu a necessidade de
acrescentar um dia ao ano, nada melhor que colocá-lo no mês mais curto.
Por que o nome bissexto?
Em um ano bissexto, o dia extra não é o 29. Durante o Império Romano, o primeiro mês do ano era março, quando começava a primavera (“prima” significa primeira, e “vera”, estação). O primeiro dia de março se chamava “calendas de março”. Foi daí que veio a palavra calendário.
Fevereiro era o mês de virada de ano e se
festejava o ano novo durante os últimos cinco dias do mês. Se o dia
extra fosse colocado no fim de fevereiro, o período de folga seria
prolongado e o Império não gostou da ideia. Foi decidido que a mudança aconteceria no meio dos dias de trabalho.
O dia 23 de fevereiro era o sexto dia antes do ano novo.
Quando o ano era bissexto, um dia útil a mais era colocado na
seqüência e tanto o 23 quanto o 24 eram chamados pelas autoridades de
“sexto dia antes da calendas de março”. O nome “bissexto” vem daí: o ano
tinha dois “sextos” antes da calendas de março.
E quem nasce em 29 de fevereiro?
As
pessoas que fazem aniversário em 29 de fevereiro têm um problema
técnico: só podem comemorar no dia exato uma vez a cada 4 anos – caso
dos 6.337 brasileiros que nasceram nesse dia no ano bissexto de 2004(
dados do IBGE). Nos anos que não são bissextos, eles têm de optar pelo
dia 28 de fevereiro ou 1º de março. Alguns pais de nascidos nesse dia
especial preferem registrá-los no dia anterior ou seguinte, para evitar
que isso aconteça. Mas essa é uma escolha feita por mera conveniência,
já que nenhum cartório proíbe o registro no dia 29.
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