sábado, 27 de julho de 2013

FIQUE SABENDO - Por Que Aves e peixes migram?

MIGRAÇÃO palavra derivada do latim MIGRARE (que significa ir de um lugar para outro) refere-se a qualquer viagem. A capacidade de deslocar-se no espaço é quase universal entre os animais, que não se enraizam como as plantas.
Usada em sentido restrito, a palavra implica a ideia de que não há volta e as palavras invasão, dispersão, imigração ou emigração talvez sejam preferíveis.
Quando se aplica às aves, a migração designa geralmente uma viagem nos dois sentidos, uma jornada anual de ida e volta.
Com o dom das asas, uma ave pode viver em duas regiões diferentes, o que lhe dá privilégios de que outros seres mais sedentários não usufruem.
A migração é um fenômeno grandioso e misterioso para o homem. As aves cruzam enormes distâncias, algumas espécies chegam a voar de 15.000 a 20.000 km sempre na primavera e no outono, retornando a seus lugares de origem sem dificuldade. Na verdade, cruzam o planeta de Norte a Sul.
O que incita as aves a efetuar suas migrações quase na mesma época todos os anos? Que relógio interno ou que estímulos externos? Sabemos que as glândulas endócrinas, que fazem os machos cantar e as fêmeas por ovos, passam por grandes modificações antes da época da reprodução. Há outras modificações depois da reprodução.
É durante esse período que muitas das aves efetuam as migrações. Sabemos também que uma das forças que provocam essas modificações é a luz – a intensificação da luz na primavera e sua diminuição no outono. No dia certo, a ave, sem saber como nem porque, parte para seu objetivo longínquo.
Todas as variáveis controladas em pesquisas de especialistas (condições meteorológicas, luz, mudanças orgânicas etc) não são constantes em todas as aves, umas afetam uma espécie mas a outras não e assim por diante – algumas migram de dia, outras durante a noite.
Desde o início deste século que as aves vêm sendo marcadas (com anéis colocados em suas patas, centenas delas, com tinta colorida nas penas das gaivotas brancas por exemplo, com fitas amarradas nas patas etc) por especialistas em todo o mundo, a maioria retorna ao habitat de origem depois de milhares de km. percorridos.
Já se conseguiu traçar o percurso de algumas espécies, já se realizaram experiências levando algumas aves de navio para lugares muito longínquos e desconhecidos delas e em no máximo 10 dias (sendo solta em lugar desconhecido distante do habitat de origem em 4.000 km) elas voltaram ao lugar de origem.
Como elas se direcionam no espaço infinito? Como sabem o caminho, seja de ida, seja de volta? Aparentemente as que migram durante a noite se orientam pelas constelações, e as diúrnas pelo sol (estrelas e sol seriam suas bússolas?) mas a precisão que atingem em seus vôos ainda é um mistério.
Hoje como no passado, na primavera e no outono, desde tempos imemoriais, os homens levantam os olhos, pasmados, quando nuvens de aves migratórias escurecem os céus. Fazem isto naturalmente, como sempre o fizeram. Para saber até onde as aves vão nessas jornadas misteriosas, o homem tem utilizado binóculos, telescópios, radar e outros dispositivos de detecção usados em aeronáutica.
Mas o mistério permanece. O importante é que as pesquisas dos últimos 80 anos proporcionaram conhecimentos sobre as migrações, dinâmica populacional e sobrevivência de muitas espécies e, portante, motivaram melhores leis para protegê-las.
Muitos peixes estão constantemente viajando. Como no caso das aves, a migração dos peixes também é um mistério.
Os peixes do oceano são guiados por temperaturas, correntes e concentrações de organismos nutritivos. Mas algumas migrações se fazem segundo roteiros tão peculiares que nos desafiam a explicar como e porque acontecem.
Muitos peixes buscam melhores locais para desova e abastecimento. Algumas espécies como o bacalhau e merluza, costumam ocupar diferentes áreas em diferentes períodos de sua vida, estimuladas pela quantidade de alimento disponível e possivelmente também pelo desejo instintivo de reduzir o canibalismo. Entre os peixes é onde verificamos com maior crueza a “lei do mais forte come o mais fraco”.
A fecundidade dos peixes é enorme, assim como sua foracidade em alimentar-se dos semelhantes desprevenidos ou mais fracos.
O bacalhau adulto, depois de muito viajar, sempre volta ao local onde nasceu para desovar (normalmente a primeira desova acontece aos cinco anos de idade), fazem isto por toda a vida.
Alguns peixes de água salgada, desovam em rios (água doce), como por exemplo o Salmão, ele se expõe a inúmeros predadores, enfraquece, mas enfrenta a jornada rio acima para muitas vezes morrer logo após a desova.
Alguns especialistas supõem que eles estão regressando a zonas ancestrais de desova, que sua morada primeira foi na água doce e que sua migração para o mar é um costume imposto pela necessidade de procurar alimento.
Dizem que o salmão avança rio acima a uma velocidade de 10 a 12 km por hora, e é muito conhecido de habitantes das regiões onde eles são abundantes, o hábito peculiar que eles e as trutas têm de galgar as cataratas aos saltos. Pulam alturas de 2.5 a 3.5 metros de cada vez e se não conseguem no primeiro salto, tentam seguidamente até que conseguem ou caem exaustos.
Como se orientam? Porque aparecem cardumes em certas águas, em épocas certas, com pontualidade cronométrica?

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