O método para retirada de resíduos de cola usada em fita isolante, fita crepe, durex, rótulos de vidros de azeitona, decalques, películas escuras para janelas, adesivos da rádio de pagode no para-brisa do carro, etiquetas de identificação de propriedade do antigo dono dos seus livros e etc deve se adequar ao tipo de superfície tanto quanto ao tipo da cola, levando-se em consideração suas características e propriedades físicas.
Exemplificando: você pode usar água fervente para amolecer a cola do rótulo de um vidro de conserva (por favor, nunca jogue esses vidros com tampa fora, eles são extremamente úteis), porém eu não recomendaria a mesma solução para se livrar daquele restinho de cola que o Insulfilm deixa nos vidros do carro.
Nem para alguns recipientes plásticos mais frágeis.
(É difícil achar informações adequadas e confiáveis sobre interações entre adesivos e diferentes materiais, logo tudo que eu digo aqui é resultado de pesquisas in loco, experimentos caseiros, empiricismo meu e fruto de informações conseguidas ao longo dos anos.)
Agora, às ferramentas necessárias:
1. água fervendo – Quanto mais quente, mais eficaz. Colas geralmente derretem (ou se tornam mais fluidas) sob calor excessivo e ao usar água (ao invés de colocar o vidro no forno, por exemplo) você ainda ganha vantagem mecânica, fazendo com que tudo escorra ao ser carregado por ela e possibilitando manuseio rápido e preciso (com proteção para as mãos). Água com sabão também funciona bem, mas cuidado, pois água ensaboada tende a “crescer” enquanto ferve;
2. borra de café, areia fina, sapólio ou outro abrasivo leve – O método acima funciona ainda melhor com a introdução de atrito ao procedimento. É possível usar escovas, mas aí você iria precisar tirar a cola das cerdas depois. Papel também é útil mas tende a se desfazer e ficar colado justamente no lugar onde você não quer cola. Assim, você quer algo para esfregar mas que nem se junte ao adesivo nem precise ser limpo mais tarde.
Eu prefiro usar pó de café porque é bem menos abrasivo que areia ou sapólio, faz menos sujeira que ambos (areia é difícil de escorrer pelo ralo, sapólio enche o mundo com espuma) e é bastante abundante na minha casa.
Eu costumo encher a mão com o pó molhado e esfregá-lo na superfície. A borra “raspa” sem arranhar e se agrega à cola em minúsculas porções, o que permite uma lavagem fácil depois (talvez você perceba também que pó de café é surpreendentemente oleoso).
3. álcool – Quanto mais puro, melhor (eu uso um com concentração de 93%). Algumas colas resistem bravamente à água e sabão, mas se derretem completamente na presença de álcool, especialmente sobre superfícies metálicas. Derrame um pouco de álcool e passe um pedaço de papel absorvente para que a cola seque nele, presa em suas fibras.
Acetona funciona bem também, mas eu nunca controlei para eficácia e tenho bem mais álcool que acetona em casa (prefiro tirar o esmalte com uma faquinha).
4. mais da cola original – Essa eu aprendi ainda criança, quando estourei uma bola de chiclete ao redor da minha boca e só fui salvo pelo mesmo chiclete. Alguns adesivos, como o de fitas transparentes do tipo “durex”, são muito bons em atrair a si próprios e pouco eficientes em aderir à superfícies se o tempo de contato for suficientemente curto. Logo, usando essas duas propriedades, você pode tirar aquele resto de cola que ficou na sua escrivaninha usando um pedaço da mesma fita, batendo rapidamente a parte adesiva sobre os resíduos (como se estivesse batendo uma bola de basquete ou aplicando base no rosto). As colas se atraem e tendem a ficar na fita (onde as bordas da película de grude não estão expostas, mas isso não é assunto para este blogue).
5. sua mão – É sério. Algumas colas saem com um pouco de paciência e fricção com o couro dos dedos. Se utilizando da propriedade atrativa citada acima, a cola (que gosta de se pregar nela mesma) vai juntando em bolinhas enquanto você esfrega a superfície. Funciona bem com cola branca derramada em superfícies não-absorventes.
Algumas combinações, como papel sobre vidro (garrafas de vinho, por exemplo), deixam zero resíduo quando o objeto é deixado de molho por algumas horas em água natural.
Lembre-se: sempre adeque o método aos materiais.
Existem ainda produtos específicos para esse fim, mas são vendidos a preço de ouro (quando não mais caros) e, se você pode usar as técnicas descritas acima, para quê gastar dinheiros desnecessariamente?
Infelizmente algumas colas queimam superfícies após muito tempo de contato, especialmente após exposição prolongada à luz. E, algumas vezes, o que você acha que é resto de cola é na verdade a fita se desmanchando de velha.
Nesses casos acho que só uma camada de tinta resolve (depois de uma sessão de lixa).
Fonte: dicascaseiras.wordpress.com
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