quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Fundador do software livre se irrita com a tendencia comercial dos aplicativos

O software livre enfrenta um grande problema e em alguns casos parece adotar caminhos equivocados. Vivemos em um sistema capitalista onde nada é realmente gratuito.

Sempre que algo é criado, alguém precisa pagar a conta.  O termo gratuito é ilusório para quem cria produtos e pode gerar alguns problemas para o software livre. A grande pergunta é como sustentar a produção de um software de livre distribuição.
Segundo o site de notícias arstechnica, Richard Stallman fundador do movimento do software  livre se irritou com a versão do Ubuntu 12.10 e chamou esta versão de Spaywere, uma vez que a mesma parece monitorar o comportamento dos usuários e enviar as informações para a Amazon, patrocinadora do Ubuntu bem como para a própria Canônica, desenvolvedora do produto.
A coleta anônima de dados sobre o comportamento dos usuários é uma prática comum efetuada pelas gigantes tecnológicas e o software livre que atualmente depende em muitos casos da venda publicitária para se sustentar acaba cedendo aos interesses comerciais e agindo da mesma forma.
O problema é como sustentar o desenvolvimento de aplicativos de qualidade sem cobrar pelo produto. O software livre surgiu com a promessa de libertar os desenvolvedores permitindo uma livre produção tecnológica no estudo de novas soluções.
No entanto, com o passar do tempo, foi percebido que embora exista a liberdade de criação através do código fonte de livre acesso, esta liberdade sozinha atende apenas as demandas de estudantes e pesquisadores.
Para quem deseja ganhar dinheiro com software livre e não apenas conhecimento, o caminho mais procurado tem sido a venda de espaço publicitário. O grande problema é que aqueles que pagam á conta exigem certas condutas muitas vezes problemáticas para os usuários do aplicativo.
Alguns softwares acabam ocupando boa parte do processamento da máquina para monitorar os usuários e assim gerar relatórios que facilitem identificar tendências publicitárias.  Este parece ser, em parte, o caso do Ubuntu 12.10 na opinião de Stallman.
A parceria da Canônica com a Amazon não foi bem recebida por muitos participantes da comunidade de software livre. Mas até o momento ninguém conseguiu definir uma forma adequada de colocar o software livre no mercado de trabalho sem que este se submeta aos processos do capitalismo. Afinal, é necessário responder, como pagar os custos de desenvolvimento, divulgação e distribuição dos softwares livres? 
Para alguns especialistas o adequado seria que os governos assumissem a conta criando pólos tecnológicos que permitissem a produção de soluções de acordo com a necessidade de cada país. Mas admitem que isso também é problemático uma vez que o software livre fica na dependência da motivação política, algo ausente em muitos países.
O problema é polemico e persiste. Será o futuro do software livre servir aos interesses das grandes corporações?

A noticia sobre a polemica declaração de Stallman pode ser acessada em:  http://arstechnica.com...

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