quarta-feira, 5 de junho de 2013

O TAL DO PRECONCEITO

Está tudo dominado, tudo agora virou preconceito. Fico até pensando..., se eu recuso a cantada de uma mulher, será que ela vai me processar por preconceito? E os meus três filhos homens, faço o que com a educação deles? Lembro-me agora da comédia grega “Um deus chamado dinheiro” (388 a. C.), do comediógrafo grego Aristófanes. Na comédia, Crêmilo procurou o oráculo para se aconselhar, pois tinha uma dúvida cruel quanto a educação do seu filho – se criasse seu filho para ser honesto, ele seria pobre, por outro lado, se ensinasse o caminho da riqueza, seu filho seria desonesto. A desonestidade virou comédia entre os gregos da antiguidade. Nos dias de hoje a comédia é outra, e para piorar, eu não tenho um oráculo para me aconselhar. Como devo educar meus três filhos homens?! Se educá-los para serem homens, serei taxada de preconceituosa. Afinal, tudo virou preconceito. Será que devo educá-los para serem homossexuais para provar a minha ausência de preconceito. Parece-me que é isso o que as novelas estão propondo. Não parece a vocês também? Ou será que tudo não passa de uma comédia, semelhante aos gregos, porém, desta vez, com grotesco erro de conceito da palavra preconceito. Uma mãe que aceita a homossexualidade do filho, é desprovida de preconceito ou aceita por se tratar de um filho, afinal, não se deve jogar na rua um filho por causa da opção sexual dele. Nesse caso, esta mãe aceita a opção sexual do filho por amor. Devemos amar nossos filhos incondicionalmente. Até mesmo a bíblia coloca o amor no âmbito do dever – “devemos amar uns aos outros”. Por que então uma mãe não amaria seu filho a ponto de aceitar sua opção sexual? Qual mãe não quer ver seus filhos casados com alguém do sexo oposto e lhes dando netos. O que isso tem a ver com preconceito? Nietzsche tinha razão ao dizer que houve uma transvaloração da moral. Parafraseando Sócrates, em seu leito de morte, aqueles que são filósofos como eu me entenderão nesse momento. A civilização traz em si, a necessidade de impor sua moral goela a baixo. Talvez resquício do cristianismo. Contam aqueles que sobreviveram a fogueira, que o cristianismo impôs sua moral com a cruz em uma mão e a espada na outra. Deve ser para abençoar aqueles que eles mataram. Pois bem! Estamos novamente entre a cruz e a espada. Se educo meus filhos para serem homens, serei taxada de preconceituosa. A vida é uma comédia grega.

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