O sangue dos moluscos é rico em uma forma líquida de cálcio. O cálcio é retirado não só da sua alimentação mas também absorvido diretamente da água do mar pela pele do animal.
O órgão que forma a concha é chamado de manto, um tecido delgado que fica em contato direto com a parte interna da concha. O manto concentra o cálcio em áreas onde pode ser separado do sangue, formando cristais de carbonato de cálcio que secretados junto a uma matriz orgânica vão formando lentamente a concha.
A concha é um órgão rígido, muitas vezes externo, característico dos moluscos. A morfologia da concha é uma das características usadas para classificar estes animais:
- Os bivalves, como o nome indica, têm uma concha formada por duas peças;
- Os gastrópodes, como os caracóis, têm geralmente uma concha assimétrica, muitas vezes enrolada em espiral; mas as lesmas podem ter um rudimento de concha interior;
- Os cefalópodes, como o choco, têm uma concha interna, mas o náutilo possui uma concha exterior.
O nácar é secretado por células ectodérmicas do manto de certas espécies de moluscos. O sangue dos moluscos é rico em uma forma líquida de cálcio, que se concentra fora do fluxo sanguíneo e se cristaliza como carbonato de cálcio. Os cristais individuais de cada camada diferem na sua forma e orientação. O nácar deposita-se de forma contínua na superfície interna da concha do animal (a capa nacarada iridescente, também conhecida como madrepérola). Estes processos proporcionam ao molusco um meio para alisar a própria concha e mecanismos de defesa contra organismos parasitas e dejectos prejudiciais.
Quando um molusco é invadido por um parasita ou é incomodado por um objecto estranho que o animal não pode expulsar, entra em acção um processo conhecido como enquistação, pelo meio do qual a entidade ofensiva é envolta, de forma progressiva, por camadas concêntricas de nácar. Com o tempo formam-se pérolas. A enquistação mantém-se até que o molusco morra.
As conchas são muito duradouras: duram mais tempo que os animais de corpo mole que as produzem. Em lugares onde se acumulam grandes quantidades de conchas formam-se sedimentos que podem converter-se, por compressão, em calcário.
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