Na
era da informação, é comum a ocorrência de hackers. Alguns se tornaram
lendas vivas, invadindo sites governamentais e sistemas de grandes
empresas. Às vezes, o mais curioso são os motivos que eles alegam para
as suas extravagantes atividades. Um exemplo: descobrir se um
determinado governo estava escondendo informações sobre extraterrestres.
Em
informática, hacker é um indivíduo que se dedica a conhecer e modificar
os aspectos mais internos de dispositivos, programas e redes de
computadores. São programadores habilidosos, mas nunca honestos. Muitos
são jovens estudantes, desde o nível médio até a pós-graduação. Suas
motivações são variadas, incluindo a simples curiosidade, necessidade
profissional, vaidade, espírito competitivo, patriotismo, ativismo, ou
mesmo crime. Hackers que usam seu conhecimento para fins imorais,
ilegais ou prejudiciais são chamados crackers. Muitos hackers
compartilham informações e colaboram em projetos comuns, incluindo
congressos, ativismo e criação de softwares livres, constituindo uma
comunidade com cultura, ideologia e motivações específicas. Outros
trabalham para empresas, agências governamentais ou por conta própria.
Os hackers foram responsáveis por muitas importantes inovações na
computação. Também revelaram muitas fragilidades em sistemas de
criptografia e segurança. Hacker (pronunciado “ráquer”) é uma palavra da
língua inglesa e tem sido traduzida por “decifrador”. Confira, a
seguir, uma lista de 10 hackers que entraram para a história da
informática internacional:
KEVIN POULSEN, O “HANNIBAL DO CIBERCRIME”
Kevin
Poulsen ganhou fama depois de invadir as linhas de telefone da rádio
KIIS-FM, de Los Angeles, Califórnia (EUA), e por ser a 102ª pessoa que
ligou para a emissora, razão pela qual ganhou um Porsche 994, entre
outras recompensas menores. O FBI apelidou Poulsen de Hannibal do Crime Cibernético (*)
e ele virou um fugitivo, sendo caçado por todo o país. Foi preso em
1991 e confessou sua participação em diversas fraudes, como lavagens de
dinheiro e obstrução da justiça, entre outras acusações. Foi condenado a
4 anos e 3 meses de prisão. Desde então, começou a trabalhar como
jornalista e hoje é editor sênior da revista Wired News, utilizando seus
conhecimentos para redigir artigos espetaculares, como o que
identificou e divulgou os nomes e as fotos de 744 pessoas que cometeram
crimes sexuais.
(*) Hannibal é um filme
norte-americano de suspense. O Dr. Hannibal Lecter, um canibal que há
dez anos fugiu da prisão, vive sossegado e anda livremente pelas ruas.
Mas uma agente do FBI, Clarice Starling, nunca se esqueceu da conversa
que teve com Lecter antes que esse fugisse, tendo ficado aterrorizada
por sua voz fria.
ALBERT GONZALEZ, ESPECIALISTA EM CARTÕES
Gonzalez
foi acusado de estar por trás do maior roubo de cartões de crédito da
história. De 2005 a 2007, ele e seu grupo venderam mais de 170 milhões
de números de cartões. Quando foi preso, as autoridades encontraram 1,6
milhões de dólares em dinheiro (aproximadamente 3 milhões de reais) em
sacos plásticos enterrados no quintal da casa dos seus pais. Em 2010,
Gonzalez foi sentenciado a 20 anos de prisão.
VLADIMIR LEVIN, O RUSSO
Do
seu apartamento em São Petersburgo, na Rússia, Vladimir Levin conseguiu
transferir 10 milhões de dólares (cerca de 19 milhões de reais) de
clientes do Citibank para contas suas ao redor do mundo. Isso aconteceu
em 1994. Durante seu julgamento nos Estados Unidos, em 1997, ele afirmou
que essa foi sua primeira e única invasão bancária.
ROBERT TAPPAN MORRIS REGENEROU-SE
Em
1988, Morris jogou um worm na Internet que infectou um décimo do
sistema global, destruindo 6.000 sistemas. Não demorou muito para a
polícia rastreá-lo. Os danos foram estimados em 15 milhões de dólares
(aproximadamente 28 milhões de reais). Ele foi um dos primeiros a ser
julgado e condenado por fraude cibernética nos Estados Unidos. Suas
penas foram prestar serviços comunitários e pagar uma multa. Hoje,
Robert trabalha no Departamento de Engenharia Elétrica e Ciência da
Computação, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e é um dos
funcionários mais capacitados e eficientes.
MICHAEL CALCE, CONHECIDO COMO “GAROTO MÁFIA”
Em
2000, Michael Calce lançou ataques contra empresas como Yahoo, Amazon,
Dell, eBay e CNN. Ele raqueou o site do Yahoo quando ele ainda era a
principal ferramenta de busca, fazendo com que a ferramenta ficasse fora
de funcionamento por uma hora. Ele e seu grupo formavam o grupo ‘TNT’ e
a corte juvenil de Montreal, Canadá, o sentenciou a oito meses sob
custódia e ao uso restrito da Internet, entre outras medidas.
DAVID SMITH, O PAI DE MELISSA
David
Smith foi o criador do e-mail vírus Melissa. Ele afirma que a intenção
não era causar danos, mas apenas fazê-lo propagar-se, pois cada
computador infectado enviava múltiplos e-mails infectados. O vírus
estava escondido em um arquivo que continha senhas para 80 sites
conhecidos de pornografia. O nome Melissa foi inspirado em uma dançarina
que Smith conheceu durante uma viagem pela Flórida. Hoje existem mais
de 60 mil desses vírus e-mail, mas Smith é o único que foi preso.
ADRIAN LAMO, “O HACKER SEM TETO”
Adrian
Lamo utilizou confeitarias, bibliotecas e cafés como locais de onde
raqueava. Daí vem seu apelido, “Sem Teto”. Invadiu portais bastante
conhecidos como o The New York Times, Microsoft, Yahoo e MCI World Com.
Em 2002, adicionou seu nome à base de dados interna de fontes de
especialistas e conduziu pesquisas sobre assuntos de sigilo máximo do
jornal The New York Times. Depois de dias se escondendo dos agentes
federais, ele se rendeu. Recebeu uma multa de 65 mil dólares
(aproximadamente 123 mil reais) e foi sentenciado à prisão domiciliar
por seis meses. Em junho de 2010, Lamo expôs o nome de Bradley Manning
às autoridades das forças armadas dos EUA, como responsável pelo
vazamento do vídeo de um ataque aéreo em Bagdá. Hoje, ele trabalha
honestamente como analista e doa parte seu tempo para algumas ONGs.
GEORGE HOTZ CONTRA A SONY
O
nome de George Hotz está associado à invasão do PlayStation 3, da Sony.
Enquanto lutava nos tribunais contra a Sony, o grupo “Anônimos” atacou a
empresa como retaliação, o que se transformou na quebra de segurança
mais cara de todos os tempos. Os hackers roubaram informações de 77
milhões de usuários, aproximadamente.
JONATHAN JAMES TERMINOU SUICIDANDO-SE
Esse
garoto de 16 anos tornou-se o primeiro adolescente a ser preso por
cibercrimes nos Estados Unidos. Ele ganhou notoriedade ao invadir vários
sistemas, como os da NASA e do Pentágono. Coletou várias senhas de
vários usuários, roubou um software no valor de 1,7 milhões de dólares
(3,2 milhões de reais) e interceptou mais de 3 mil mensagens sigilosas.
Em 2008, James suicidou-se e deixou uma carta onde afirmava estar se
transformando em bode expiatório. “Eu não tenho fé no sistema
judiciário. Talvez minhas ações e essa carta representem uma mensagem
convincente ao público. De qualquer maneira, perdi o controle sobre a
situação e essa é a única maneira de recuperá-lo”, escreveu.
GARY MCKINNON. O CAÇADOR DE E.Ts.
Em
2002, quem trabalhava na administração do exército americano viu a
seguinte mensagem na tela dos computadores: “Seu sistema de segurança é
uma porcaria. Eu sou Solo. Vou continuar a invadir os níveis mais
altos”. Solo – descobriu-se mais tarde – era um escocês que sofria da
Síndrome de Asperger, a forma mais branda de autismo. A síndrome produz
pessoas extremamente inteligentes, com uma compreensão excepcional de
sistemas complexos. Gary foi acusado da maior invasão aos sistemas
governamentais norteamericanos – Exército, Força Aérea, Marinha e NASA.
Os motivos de Gary são interessantes. Ele disse que invadiu os sistemas
porque estava em busca de informações sobre extraterrestres e OVNIs. Ele
acreditava que o governo norte-americano estava escondendo informações
em seus computadores.
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