Autor: Jeferson Luís da Silva
O Brasil ocupa o
segundo lugar no hanking dos países com o maior custo no acesso a
internet. Um dos motivos é a elevada tributação fiscal que fica na média
de 40% do valor total da conta.
Além do custo
elevado, a qualidade do serviço deixa muito a desejar, em especial
devido ao fato das operadoras não entregarem a velocidade contratada.
Uma das estratégias consiste em fazer o contrato de prestação de
serviço e fornecimento do acesso com base na franquia de consumo por
tráfego de dados e não pela velocidade.
Nos planos mais
baratos é oferecido uma certa quantidade de tráfego, por exemplo, 200
MB de consumo de acesso por mês. Depois de consumido esta quatidade de
arquivos a velocidade baixa para 130 e 30 Kbps o que é algo muito
lento. Tive a oportunidade de testar várias operadoras e ao monitorar a
velocidade todas as operadoras testadas oscilavam constantemente indo de
130 a 30 Kbps durante a navegação. Isso após ultrapassar a franquia de
dados contratada.
Em média um
usuário navegando pela internet que acessa e-mails, youtube e redes
sociais consome na faixa de 5 a 10 Gb de dados ao mês. Nestes casos uma
franquia de 1 a 2 Gb de dados é consumida na primeira semana de uso
ficando os demais dias do mês com um acesso de baixa qualidade com
velocidade oscilante entre 130 e 30 Kbps.
O custo de 1
Mbps no Brasil é de R$ 50,52 enquanto que no japão a mesma velocidade
custa o equivalente a R$ 0,54 ao mês e a tributação fiscal é de 5%. No
EUA o custo médio é de R$ 6,60 e em Portugal sai por R$ 21,00 ao mês. Na
escala dos países com a internet mais cara do mundo o Brasil só perde
para a Argentina que cobra na faixa de R$ 92,00 para cada 1 Mbps.
No Brasil um
trabalhador com renda per capta média de R$ 10,00 por hora gasta em
média mais de cinco horas de trabalho para pagar seu acesso à internet. Ocupando
o segundo lugar no hanking da internet mais cara no mundo, parece
contraditório o insistente discurso governamental em defesa da inclusão
digital. Os dados citados aqui foram coletados do estudo em parceria entre a FGV e a Universidade Federal de Viçosa.
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