quinta-feira, 9 de maio de 2013

CRACK DÁ DINHEIRO.

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Benefício de R$ 1.350 por mês afeta tratamento humanizado e é visto como uso do desespero das famílias para política duvidosa que pode resultar em manipulação e transformar dependência em mercado, segundo especialistas.
O benefício será concedido por um período de seis meses e deverá estar disponível em 60 dias. Não será possível sacar o benefício e o cartão será aceito apenas em entidades cadastradas. A proposta inicial é atender 3 mil dependentes químicos maiores de 18 anos, que não conseguem atendimento devido à falta de leitos e equipamentos ocorrida após o início dos trabalhos do Centro de Referência em Álcool e Drogas (Cratod), em janeiro deste ano.
Segundo a Secretaria de Assistência Social, as entidades serão escolhidas por capacidade técnica e regularidade de funcionamento, cujos parâmetros serão definidos em edital que será lançado nos próximos dias.
O presidente do Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo, Rogério Gianini, avalia que a proposta é mais um passo atrás em um trajeto iniciado com as internações compulsórias. “É uma prática manicomial. No geral, essas comunidades não contam com atenção clínica ou grupos multidisciplinares, que é um princípio básico de atendimento estabelecido no âmbito do Sistema Único de Sáude (SUS). É simplesmente o isolamento e a abstinência forçados”, afirma. Segundo Gianini, existem muitas denúncias sobre trabalho forçado, práticas de esgotamento, como ocupação contínua e horários extasiantes, relacionadas a tais comunidades.
Gianini defende o fortalecimento de ações preconizadas no SUS, como atendimento multidisciplinar, Centros de Atenção Psicossocial (Caps), hospitais-dia, entre outros.
Além disso, explica que o isolamento não deveria ser estimulado, pois “questões psíquicas e de drogadição são sociais e não individuais”. E faz um alerta: “Instituir a bolsa pode incentivar as famílias a buscar a internação, como se fosse a única solução, fazendo com que o tratamento se torne um mercado, desestimulando ainda mais o desenvolvimento de políticas públicas”, avalia.

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