Países
com taxas altas de mortalidade infantil também possuem índices altos de
fertilidade Uma organização de defesa dos direitos da infância afirmou
nesta quarta-feira que a gravidez é a principal causa de morte entre
adolescentes em todo o mundo.
A
ONG “Save the Children”(em Português: “Salvem as Crianças”), com sede
na Grã-Bretanha, comenta que parece absurdo que o processo de nascimento
se torne a principal causa de morte de adolescentes no mundo, mas é
exatamente isto o que está acontecendo. Gestações e partos causam a
morte anual – ou sérias lesões – em mais de um milhão de adolescentes, a
maior parte jovens com poucos recursos, pouco ou nenhum acesso à
educação e habitantes de países em desenvolvimento. Segundo um relatório
da organização, a raiz do problema está na falta de acesso a métodos
anticoncepcionais e ao pouco planejamento familiar em muitos países.
Mas, na verdade, as causas são muito mais profundas, envolvendo,
principalmente, a falta de educação sexual e o ambiente familiar
desintegrado.
A
“Save the Children” é uma organização não governamental de defesa dos
direitos da criança no mundo, existente desde 1919, dedicando-se tanto a
prestar ajuda humanitária de urgência como ao desenvolvimento a longo
prazo, através do apadrinhamento de crianças. O apadrinhamento
humanitário consiste em prover as necessidades da criança, permitindo
que continue no seu meio familiar, sua cultura e seu país.
Riscos
Jovens entre 15 e 18 anos se casam e engravidam logo depois do
casamento, quando seus corpos ainda não estão preparados para dar à luz.
Possibilitar o acesso ao planejamento familiar de modo que elas possam
adiar outra gravidez por, pelo menos, 3 anos depois de ter dado a luz,
diminui a possibilidade de complicações para a mãe, para o filho e pode
salvar até 1,8 milhões de vidas anualmente. Aproximadamente 220 milhões
de mulheres em todo o mundo que não querem engravidar não têm acesso a
métodos anticoncepcionais. Este ano, calcula-se que haverá cerca de 80
milhões de gravidezes sem nenhum tipo de planejamento familiar nos
países em desenvolvimento.
Gravidez de adolescentes
• Uma, em cada cinco meninas no planeta, foi mãe antes dos 18 anos.
• Problemas na gravidez são a maior causa de morte entre jovens de 15 a 19 anos no mundo.
• Anualmente, 50.000 adolescentes morrem durante a gravidez ou o parto.
• O risco de uma mulher morrer por causa relacionada à maternidade é
de 1 em 3,8 mil em países desenvolvidos, mas de apenas 1 em 150 em
países em desenvolvimento.
• Uma pesquisa na Nigéria constatou que quase um terço das mulheres
acreditava que certos métodos anticoncepcionais podem provocar
infertilidade.
• De acordo com as estatísticas, cada dólar investido em planejamento
familiar economiza, no mínimo, 4 dólares gastos em complicações de
gravidez.
• O risco de óbito para recém nascidos aumenta em 60%, se a mãe tiver menos de 18 anos.
• 10 milhões é o número estimado de meninas menores de 18 anos que se casam por ano, o que equivale a 25 mil por dia.
Estatísticas
Numa
clínica de uma região pobre da Libéria, na África, um terço das
crianças recém-nascidas tem mães entre 15 e 19 anos. Algumas nem
passaram dos 13. Essas mães tão jovens estão expostas a complicações
médicas, porque seus organismos não estão preparados, podendo
desenvolver fístulas num parto prolongado. Os bebês também correm
riscos. Os riscos de morte aumentam, se as meninas têm menos de 18
anos. Durante anos, os programas de planejamento familiar lutaram para
encontrar financiamento e apoio, muitas vezes sofrendo resistência de
grupos religiosos reacionários.
Líderes
internacionais se reunirão em Londres, no próximo mês, para uma
conferência sobre planejamento familiar promovido pelo governo britânico
e pela Fundação Bill e Melinda Gates. A agência americana de
desenvolvimento USAID, em cooperação com os governos de Índia e Etiópia,
fez um apelo mundial para ações que ponham fim, em apenas uma geração,
às mortes consideradas evitáveis. A Save the Children participa deste
projeto, promovendo o planejamento familiar. Segundo a entidade,
satisfazer à demanda global por anticoncepcionais pode prevenir em 30%
as mortes maternas e em 20% as mortes de recém-nascidos nos países em
desenvolvimento, além de salvar potencialmente 649 mil vidas por ano.
A
Fundação Bill & Melinda Gates é a maior fundação de caridade do
mundo. Foi criada por Bill Gates, fundador e ex-presidente da Microsoft,
e a sua mulher, Melinda Gates. Os fundos desta Organização sem fins
lucrativos proveem de doações, sendo as principais da parte de Bill e
Melinda Gates e de Warren Buffet, considerado o homem mais rico do
mundo. A fundação foi criada em janeiro de 2000 e tem a sua sede em
Seattle, Washington, EUA, gerindo cerca de US$ 38 bilhões. É dirigida
por William H. Gates, pai de Bill Gates, e por Patty Stonesifer.
A Fundação tem como objetivo central a melhoria das condições de vida,
principalmente na saúde e a luta contra a pobreza. Nos EUA, a
instituição promove a educação e o acesso à tecnologia. Em 20 de Julho
de 2006 a Fundação anunciou a doação de US$ 287 milhões para 16 projetos
de pesquisa, com o objetivo de aumentar a colaboração internacional e a
troca de informações científicas, com o objetivo de obter uma vacina
contra a AIDS. De acordo com matéria publicada no site do jornal Folha
de São Paulo, serão beneficiados pela doação pesquisadores da Áustria,
Bélgica, Camarões, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha, Índia, Japão,
Holanda, África do Sul, Espanha, Suécia, Uganda, Suíça, Reino Unido,
Estados Unidos e Zâmbia. Em meio às trevas que predominam neste final de
ciclo na Terra, aqui e ali ainda brilham alguns raios de luz, que nos
fazem crer que nem tudo está perdido. Testemunhar a solidariedade e a
humildade de um dos homens mais ricos do planeta nos enche de esperança
por um mundo melhor.
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